POESIA ESPAÑOLA
Coordinación de AURORA CUEVAS-CERVERÓ
Universidad Complutense de Madrid
Foto e biografia: wikipedia
BLAS DE OTERO
Blas de Otero Muñoz (Bilbao, 15 de março de 1916 - Majadahonda (Madrid), 29 de junho de 1979) foi um poeta originário do País Basco, tendo, porém, escrito em língua castelhana, considerado um dos principais representantes da poesía social dos anos cinquenta em toda a Espanha.
TEXTO EN ESPAÑOL – TEXTO EM PORTUGUÊS
DIENTE DE LEÓN – cipselas de difusión poética. Director: Óscar Limache. Editor: Alfredo Ruiz Chinchay. Lima, Perú, Número 15, mayo 2013.
Cartas y poemas a Nazim Hikmet
Puesto que tú me has conmovido,
en este tiempo en que es tan difícil la ternura,
y tu palabra se abre como la puerta de una celda
frente al Mármara,
rasgo de papel y, de hermano a Hermano, hablo contigo
(acaban de sonar
las nueve de la noche)
de cosas que no existen: Dios
está escuchando detrás de la puerta
de tu celda, cedida por amor al hombre: Nazin Hickmet,
quédate com nosotros.
Que tu palabra entre entre las rejas de esta vieja cárcel
alzada sobre el Cantábrico,
que golpee en España
como una espada en el campo de Dumlupinar,
que los ríos la rueden hacia Levante y por Andalucía
se extienda
como un mantel de tela pobre y cálida,
sobre la mesa de la miseria madre.
Te ruego te quedes con nosotros,
es todo lo que podemos ofrecerte: diecinueve años
perdidos,
peor que perdidos, gastados
más que gastados, rotos
dentro del alma:
ten
misericórdia de mi espuria España.
Nunca oíste mi nombre ni lo has de oír, acaso,
estamos separados por mares, por montanas, por mi
maldito encierro,
voluntario a fuerza de amor,
soy sólo poeta, pero en serio,
sufrí como cualquiera, menos
que muchos que no escriben porque no saben, otros
que no hablan porque no pueden, muertos
de miedo o de hambre
(aqui décimos A falta de pan, buenas son tortas, se
cumplió)
pero habla, escribe tú, Nazin Hickmet,
cuenta por ahí lo que te he dicho, hablamos
del viento del Este y la verdad del día,
aqui entre sombras te suplico, escúchanos.
En castellano (1960)
Em: Com la inmensa mayoría (1960)
Buenos Aires: Editorial Losada, 1960, p. 150-151.
TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA
Cartas y poemas a Nazim Hikmet
Considerando que tu já me comoveste,
neste tempo em que é tão difícil a ternura,
e tua palavra se abre como a porta de uma cela
frente ao Mármara,
rasgo de papel e, de irmão a irmão, falo contigo
(acaba de soar
as nove da noite)
de coisas que não existem: Deus
está escutando detrás da porta
de tua cela, cedida por amor ao hombre: Nazin Hickmet,
fica conosco.
Que tua palavra entre entre as grades desta velha cárcere
alçada sobre o Cantábrico,
que golpeie em Espanha
como uma espada no campo de Dumlupinar,
que os rios a leve para o Levante e por Andaluzia
se estenda
como uma toalha de pano pobre e quente,
sobre a mesa da miséria materna.
Rogo-te fiques conosco,
é tudo o que podemos oferecer-te: dezenove anos
perdidos,
pior que perdidos, gastos
mais que gastos, rotos
dentro da alma:
tenha
misericórdia de minha espúria Espanha.
Nunca ouviste meu nome nem haverá de ouví-lo, por acaso,
estamos separados por mares, por montanhas, por mei
maldito confinamento,
voluntário à força de amor,
sou apenas poeta, mas em sério,
sofri como qualquer um, menos
que muitos que não escrevem porque não sabem, outros
que não falam porque não podem, mortos
de medo ou de fome
(aqui dizemos Na falta de pão, boas sã as tortas,
cumpriu-se)
mas fala, escreve tu, Nazin Hickmet,
conta por aí o que eu te disse, falamos
do vento do Leste e a verdade do dia,
aqui entre sombras te suplico, escute-nos.
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Página publicada em abril de 2021
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